quarta-feira, 5 de maio de 2010

Oficina de Escrita Criativa de 5 de Maio no CDI

A propósito da oficina de Escrita de Criativa que aconteceu no dia 5 de Maio, deixamos aqui algumas produções literárias.

Objectivos da oficina:

-Promover actividades de leitura e escrita;

-Incitar à participação da comunidade ESES em actividades de escrita;

-Estimular a criatividade;

-Fomentar o gosto pela leitura e pela escrita;

Actividades da oficina:

-Avental das Histórias;

-Descrição dos 20 anos aos 80;

-Escrever ao Sabor dos Sons;



Sons 1: Era uma vez uma batedeira que não funcionava. A mulher bem tentava dar ao botão, mas nada. Lançou-a várias vezes ao ar na tentativa de solucionar o problema. Nada. De repente, um rato atravessou a cozinha. A mulher assustou-se e deixou cair o alguidar. Chamou os bombeiros para que apanhassem o rato. Entretanto, foi batendo com a batedeira na bancada várias vezes e conseguiu pô-la a funcionar. Fez o bolo e comeu-o.
Sons 2: Nas brasas do sono, passaram por mim: o comboio Lisboa-Braga, a ladra da esquina da frente, o cão do senhor do talho, o vento da meia-noite. Tudo me pareceu uma cavalgada de meia noite.

Anica


2ª Actividade
Aos 20 anos eu estava quase a casar com o meu namorado, já namorava há seis anos, só podíamos namorar à janela, e nos bailes dançava com ele, mas sempre com supervisão dos meus pais.
Acho que vou preparada para vida de casada, pois a minha mãe ensinou-me tudo o que posso e devo fazer em casa, que tenho que respeitar o meu marido e criar os meus filhos, pois é o trabalho de uma mulher.


3ª Actividade
Primeira música:
Estava eu a tentar pegar o meu carro, quando consegui, ouvi o barulho de umas motas, e sem ter tempo para reagir uma delas veio contra o meu carro. Ao sair do carro deparei-me com uma pessoa no chão, cheia de sangue, gritei muito e chamei o 112, veio o helicóptero e transportou o ferido para o hospital. O coração batia, havia vida!


Segunda música:
O comboio passava na linha, a rapariga caminhava no hall, bateram à porta, o cão deu sinal, a porta ao abrir um abismo mostrou.
Um estranho som se ouviu, parecia de um filme de terror.

Flávia Alexandra Abrantes Ferreira Bastos Bento
A frequentar o 3º Ano da Licenciatura em Educação Social


2ª Actividade (imaginar que tenho 80 anos e contar como vivia quando tinha 20 anos)
O meu nome é...será relevante dize-lo? não sei, talvez! Acabo de fazer 80 celebrações da minha existência. Ao lerem este testemunho um dia, dirão certamente que sou portadora de um espirito jovem e talentoso, quase que pareço ter uns 20 anos, mas também do dom da palavra. falando um pouco desse tempo longinquo, aquele em que tinha 20 aninhos, desejava viajar pelo mundo, conhecer os lugares mais maravilhosos do mundo, conhecer pessoas, VIVER! Ah!, VIVER! E hoje digo que vivi, e muito! Fui rainha, cantora, actriz, poetiza, bailarina, entre outros, em diferentes locais do mundo. Já nessa altura se dizia que "O sonho comanda a vida", e meus caros, sonhar... sonhar... É O QUE TEMOS DE MAIS PRECIOSO NA NOSSA VIDA!


3ª Actividade (Escrever ao sabor dos sons I)
Ao sair de casa, num belo dia de sol, o meu carro, para não variar, não pegava, pensei "Oh que merda!". Enfim, mais um dia em que chegaria atrasada ao trabalho. Então acelerei o mais que podia sem pensar nas consequências que isso poderia ter naquela hora. Avisto um carro, que se aproximava bastante rápido, mas em vez de reagir, diminuir a velocidade, não... deixei-me ir sem pensar. Há um embate, estrondoso e baralhado. Consigo ouvir gritos, e ao longe ouve-se sirenes, parece ambulâncias, polícia, não consigo entender muito bem o que se está a passar. Mas no meio daquela confusão toda, tenho certezas: estou viva, meu coração bate! Uma vida por um fio!

4ª Actividade (Escrever ao sabor dos sons II)
Um comboio a passar, ouve-se alguém a caminhar ao fundo. Não lhe consigo ver a face, mas parece uma mulher trazendo consigo uma mala. Bateu-me à porta, o cão ladrou para me alertar, eu hesitante, aproximei-me para abrir, mas não estava lá ninguém. Apenas o vento a soprar, arrastando velhas folhas que se encontravam no chão e um bilhete que dizia "E sou a saudade e não voltarei mais"

Mara Isabel Costa Pereira
Licenciatura em Educação Básica 1º ano


Queridos filhos, quando tínhamos 20 anos a nossa vida era uma loucura, festas, álcool e muito sexo… agora aos 80 anos já não conseguimos ter esse ritmo.
Nessa altura não tínhamos preocupações, éramos sustentados pelos nossos pais, vossos avós. Fazíamos do Peace and Love lema de vida.
Temos alguma noção que nem sempre fomos os mais assertivos, mas também não nos arrependemos.
Faríamos tudo novamente.

Um beijinho das mães
Alexandra Farinha e Helena Moura

Comprei um Honda que substitui o meu Ferrari, mas tive um acidente e gritei bué. Veio a bófia e eu tive de ir de helicóptero. Cheguei ao hospital o coração ainda batia… mas depois parou.
Xana e Lena

É vê-los passar… os comboios claro, dirijo-me apressadamente para a ESES, não preciso bater á porta da entrada, esta tá sempre aberta, mas á porta da sala, dessa não me escapo, estou sempre atrasada!
Cães ??? Não percebi… tou a alucinar, continuo a bater, finalmente alguém abre, passa-me um arrepio, será que devia ter ficado em casa? Ouço barulhos de tormento no meu cérebro!!
Quero a minha mãe….
Xana

Alexandra Farinha e Helena Moura
3.º Ano de Animação Cultural e Educação comunitária


Tenho 80 anos, como era quando tinha 20?
Benditos tempos que já passaram e já não mais voltarão, naquela altura tudo era diferente. Os meus belos 80 anos de hoje fazem-me olhar para trás e recordar com uma imensa nostalgia o quanto airosa eu era, cintilante e vertiginosa, e como para mim tudo era perfeito e sem senãos. A vida era uma verdadeira passadeira vermelha.

Exercício com base nos sons do piano

1ª sequência de sons
Naquele dia de manhã, liguei o motor do meu velho carro e de repente “pufffff” …. Algo aconteceu pensei eu, saiu do carro, abro o capôt e não é que o motor tinha explodido. “Será que me tem que acontecer tudo a mim”, pensei eu. De repente, por entre motas a passar a uma velocidade, oiço a sirene de uma ambulância que ecoava pela rua toda, passando por mim a uma velocidade estonteante. “Esta manhã está mesmo a começar bem”, penso eu de novo. Por entre tantos ruídos, começa o meu telemóvel a tocar.

2ª sequência de sons
Depois de um intenso dia de trabalho, estava eu no terminal ferroviário à espera do comboio para regressar a casa, uma imensidão de pessoas esperava a mesma carruagem que eu, eis que um cão vadio que por ali andava começa a ladrar completamente enraivecido para mim. Levanto-me um tanto ou pouco amedrontada, e começo a distanciar-me do animal, porém o vento não me deixa caminhar, empurrando-me para trás.

Patrícia Alexandra de Matos Ramos Caixinha
2º Ano da Licenciatura em Educação e Comunicação Multimédia

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