quarta-feira, 5 de maio de 2010

Oficina Escrita Criativa - Avental das Histórias


Numa altura que não consigo recordar, longínqua, espaço aberto de um tempo mítico, uma princesa com feitio muito complicado, mas muito bonita, com um coração de ouro e chamada Inês, vivia num castelo que ficava no centro de um rio e era feito de botões. Inês tinha por missão descobrir um príncipe domador de feitios, muito lindo, que percebesse de costura, porque os botões do castelo precisavam rapidamente de ser reparados, por o castelo estar a ruir. Um botão já só se segurava por um fio, outro botão estava quebrado, outro já tinha caído ao rio.
A princesa pôs um anúncio na internet à procura de príncipes. A este anúncio só chegou uma resposta: a de um recluso do estabelecimento prisional de Costóias, chamado Ilídio, que fora preso por roubo de casacos para extracção de botões. Ilídio era pequeno, careca, gordo, e padecia de uma grande fixação por botões. Passava os dias a contar, coser e descoser botões. Inês lá foi à procura da prisão, mas como em todas as histórias havia um vilão: o monstro das sete cabeças, que tinha a forma de um dedal e cada uma das suas cabeças era uma ferramenta de costura. O monstro alimentava-se de botões e de príncipes e princesas amantes de botões. Para impedir a princesa de alcançar o seu príncipe, o monstro começou a comer o castelo. A princesa, muito aflita, lembrou-se de um baú onde guardava a espada sagrada do reino. E de um passo decidido começou a enfrentar o monstro. A espada mágica tinha um íman que atraiu as cabeças do monstro e o transformou no anão que ele era, quebrando um antigo feitiço de uma velha costureira.
A empatia entre o anão e a princesa foi imediata e sem demoras, o anão ofereceu-se para a acompanhar na sua missão. Ao chegarem à prisão, a princesa ordenou aos guardas que libertassem Ilídio. Porém, quando abriram a porta da cela, Ilídio estava inanimado no chão com botões cosidos no corpo todo. A sua paixão por botões era de tal modo desmedida que também os engolira. Segundo o relatório da autópsia, a morte fora por asfixia.
Completamente desabotoada, a princesa desalinhou-se a chorar no colo do anão. De repente, a bolsa do anão caiu ao chão e a princesa viu a sua carteira profissional de restauro de botões e design de moda. Nem pensou duas vezes, contratando logo os seus serviços. O seu sonho tornava-se realidade.
E agora vamos embora que está na hora de acabar a história.

Autoras e autor da história:

Alexandra Farinha
Ana Rita Jorge
Ana da Silva
Ana Teodoro
André Vital
Catarina Rodrigues
Cláudia Veríssimo
Daniela Lopes
Flávia Bento
Helena Moura
Kátia Costa
Liliana Cunha
Liliana Mendes
Mara Pereira
Maria Natália Rodrigues
Margarida Gomes

1 comentário:

Anónimo disse...

olá
é bom saber que as ideias dos estabelecimentos prisionais ainda pairam pelo CDI...
Parabens pelos trabalhos desenvolvidos
Cumprimentos Ilidio